A diretoria do Nova Mutum quebrou o silêncio e decidiu se manifestar sobre a absolvição do União de Rondonópolis em caso de suposta escalação irregular durante o Campeonato Mato-grossense.
Em entrevista exclusiva ao ge, o presidente do clube, Leomar Lauxen Pinto, reprovou o resultado do julgamento realizado no início desta semana pela Segunda Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJD-MT).
– Aguardamos para nos manifestar após a publicação do acórdão pelo TJD. Em primeiro momento acreditamos que seria mais rápido esse julgamento, até porque o campeonato estava em fase de decisão dos times classificados. Fomos surpreendidos com o pedido do TJD para que o União se manifestasse em três dias. O TJD nesse meio tempo não se pronunciou sobre pedido de liminar para suspensão do campeonato.
– Como foi um ato grave, o TJD não deveria ter acatado nossa denúncia ou então ter paralisado o campeonato até o julgamento. Em conversa com a administração da FMF, passaram que provavelmente só uma rodada seria paralisada, mas isso não aconteceu. Ficou bastante fora dos padrões e recebemos com muita indignação esse resultado, porque a gente tinha a convicção que nosso pedido seria acatado, mas pela decisão do Pleno, infelizmente o União foi isento da penalidade.
No dia 8 de março, o Nova Mutum – junto do Cacerense – entrou com notícia de infração alegando que o União escalou de forma irregular o atacante Pedro Henrique da Silva Rodrigues, o Pedro GTA, que teria sido punido com seis jogos de suspensão por expulsão no ano passado, quando atuava pelo Sorriso. Ele deveria ter cumprido no estadual deste ano, algo que não ocorreu.
A Procuradoria do TJD acatou, deu três dias para o União se manifestar e agendou o julgamento depois disso. A equipe de Rondonópolis se baseou em uma certidão de nada consta emitida pelo Tribunal para basear sua defesa e acabou absolvida após o relator entender que o clube foi induzido ao erro.
Na avaliação de Leomar, houve sucessão de equívocos na condução do processo e disse que o Mato-grossense ficou manchado por conta deste caso.
– Tiveram vários erros. Pelo ordenamento jurídico, a certidão nem teria validade, porque a data é de 2022. Ganhar fora das quatro linhas não é justo, mas entramos com essa notícia para tentar moralizar. O União sabia que o jogador estava irregular. A gente não podia ficar calado. Se a gente soubesse antes, teríamos entrado (com a denúncia) no início do campeonato, porque o resultado seria diferente. São várias situações que deixaram o campeonato de 2023 manchado, na minha opinião.
Ao Nova Mutum, cabe recurso junto ao Pleno do TJD-MT e, se necessário, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Mas o clube decidiu não fazê-lo, por entender que a continuidade da competição durante do julgamento impede a reversão do resultado.
– Infelizmente não temos condições de manter o processo. Se tivesse parado o campeonato, iríamos até o final. Mas como foi disputado paralelo ao julgamento, não tem como reverter essa situação. O Pleno do TJD não ia voltar atrás e o STJD acredito que também não. Seria muito desgaste para todo mundo. O Nova Mutum decidiu não tocar esse caso para frente. Agora é trabalhar sério, como sempre fizemos.
Em campo, o Azulão da Massa acabou eliminado na primeira fase do estadual e terá calendário novamente apenas no fim do ano. Já o União está na semifinal e decide a vaga na decisão contra o Operário VG, neste sábado.
GLOBO ESPORTE MT