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sábado, 23, novembro, 2024

‘Partiu para a baderna a gente vai para cima’, diz governador de MT sobre operação para desbloquear rodovias

SECOM

Otaviano Pivetta disse que respeita manifestações pacíficas, mas o estado tem registrado atos de violência, vandalismo e crimes.

O governador de Mato Grosso em exercício, Otaviano Pivetta, afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira, logo depois da operação policial que desbloqueou as rodovias federais, que a medida foi necessária depois de atos de vandalismo e crimes em meio aos protestos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva a presidente do Brasil, no dia 30 de outubro.

  • Nós gostamos muito da democracia. Nós não temos compromisso com o erro. A manifestação pacífica, ordeira, a gente respeita. Partiu para a baderna a gente vai para cima com as nossas forças de segurança, como foi feito – declarou Pivetta.

Segundo ele, até sexta-feira, os movimentos eram pacíficos, mas depois iniciou uma desordem, se referindo ao ataque a uma base da concessionária Rota do Oeste, responsável por trecho da BR-163, e incêndios a três caminhões.

O governador negou que o estado tenha demorado a agir em relação às interdições das estradas. – Mato Grosso não demorou a agir. Nós permitimos toda e qualquer manifestação democrática legal. A partir do momento que tem ilegalidade, o estado atua prontamente. É normal que a sociedade se manifeste -, afirmou.

Em poucas horas de operação, no início da manhã, a ação que contou com a participação de todas as forças de segurança do estado, em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF), desobstruiu os mais de 10 trechos bloqueados por manifestantes, em Mato Grosso.

Apesar do êxito da operação, os policiais vão permanecer vigiando as estradas para evitar o retorno dos manifestantes às vias, que estavam bloqueadas desde sexta-feira, em Mato Grosso.

Ele também comentou sobre o movimento dos comerciantes de fechar as portas dos estabelecimentos, em forma de protesto, como acontece em Sinop, município onde dois homens foram presos nessa segunda-feira suspeitos de incendiar uma carreta para tentar evitar que os caminhoneiros furassem os bloqueios.

No município, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), cerca de 200 comércios devem ficar fechados uma semana, a partir desta terça-feira, em apoio às manifestações.

O governador em exercício disse que é direito dos comerciantes, mas desde que não haja violência. – Se tiver não violência, não tiver impedimento, se não tiver coação, se for um ato normal, é um direito deles -, pontuou.

Sobre a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para a solicitação de reforço da Força Nacional, Pivetta disse que considera desnecessária, porque o estado tem estrutura suficiente para lidar com a situação neste momento.

Os crimes

O primeiro crime ocorreu no sábado, com a invasão à concessionária, na BR-163, em Lucas do Rio Verde, na região norte do estado, onde havia bloqueios. Foram quebrados rádios da unidade e ateado fogo em uma ambulância da empresa. Os criminosos ainda atiraram contra o local.

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o grupo armado descendo em duas caminhonetes e ateando fogo na ambulância e no guincho usando coquetéis molotov. Cerca de pessoas aparecem nas imagens.

Os atos de violência e de terrorismo, conforme classificação da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, continuaram nesta segunda-feira, com três caminhões incendiados. Dois deles na BR-163 e outro na zona urbana de Sinop.

Apontados como suspeitos de atear fogo no veículo na área urbana, dois homens foram presos nesta segunda-feira, depois de um vídeo flagrar a cena. Danilo Ribeiro de Sousa, de 27 anos, e Olair Correia, de 41 anos, foram identificados e presos, com uma arma de fogo, galões de combustível, além de R$ 9,9 mil em dinheiro e artefatos usados para cometer o crime.

Olair postou nas redes sociais dele várias imagens das manifestações e também divulgou um vídeo pedindo ajuda e doações para comprar alimentos para manter os manifestantes nos atos.

Os casos estão sendo investigados pela Polícia Federal.

O GLOBO

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