Pesquisa mostra que 64,1% das rodovias de Mato Grosso são ruins ou péssimas. O levantamento feito pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) leva em conta as rodovias estaduais e federais pavimentas do estado.
Os caminhoneiros que trafegam pelas rodovias de Mato Grosso contam que estão insatisfeitos com as condições do asfalto. A pesquisa ainda mostra uma estimativa de gastos e prejuízos aos transportadores.
Entre os caminhoneiros que circulam pelo estado, não faltam motivos para reclamar das condições das estradas. Além dos custos com a manutenção dos veículos, eles também apontam os riscos de acidentes graves.
O caminhoneiro Raphael Bombach desabafa. “É muito buraco. Muito pedágio caro e que não tem retorno pra gente. Você passa ali e caminhão quase desmancha. Pista apertada, sem acostamento”, disse.
A pesquisa da confederação avaliou cinco rodovias federais em MT e mais de 5.400 km de rodovias estaduais.
Condições das estradas em rodovias pavimentadas, segundo a CNT
- 64,1% regulares, ruins ou péssimas;
- 35,9% ótimas ou boas;
A avaliação levou em conta o estado do pavimento; a sinalização com placas e faixas na pista; condição e presença de acostamentos; pontes e viadutos.
O caminhoneiro Sebastião de Almeida, que vive desse trabalho, também corrobora com o resultado da pesquisa. “Está muito ruim. Tem trânsito demais. Muitos buracos e acidentes”, comentou.
Essas situações aumentam os custos com escoamento da produção agrícola, o que prejudica a competitividade do estado e do país no mercado internacional de grãos.
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A pesquisa também fez uma estimativa do desperdício de combustível causado pela má qualidade do pavimento das estradas em Mato Grosso.
Até o final deste ano, haverá um consumo desnecessário de mais de 47 milhões de litros de óleo diesel ao custo de R$ 208,700 milhões pagos pelos transportadores.
De acordo com a confederação, são necessárias diversas obras de emergência, manutenção e reconstrução para melhorar as rodovias no estado. Pelos cálculos da confederação, o investimento necessário é de R$ 2,300 bilhões.
Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos do estado, Roberto Pessoa, a situação representa um descaso das autoridades.
“De Primavera do Leste até Canarana também está feia esta estrada. É o que a gente conhece. A de Barra do Bugres até Tangará da Serra também está intrafegável. Lá por Diamantino nem se fala. A Serra da Deciolândia é só buraco. O que a gente conta é o descaso das autoridades competentes em relação a manutenção das rodovias. Os caras só prometem e não fazem”, afirmou.
A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) disse que o trecho de Barra do Bugres até Tangará da Serra está sendo administrado por uma empresa que ganhou a concessão em maio deste ano.
Já a MT-130, entre Primavera do Leste e Paranatinga, também está sob concessão. A fiscalização dos contratos é feita Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Ager).
A Sinfra informou que trabalha na pavimentação de mais de 1.600 km de rodovias estaduais e na recuperação de outros 615 quilômetros.
Sobre as condições das rodovias federais, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) disse que trabalha para garantir o melhor serviço com o orçamento disponível, e que, nos últimos anos, teve um avanço significativo na cobertura contratual na malha federal no estado.
Fonte G1 MT