A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) de Primavera do Leste, deflagrou nesta sexta-feira (24) a “Operação Desmonte”, que apura um esquema criminoso de peculato envolvendo a subtração de peças e veículos inteiros custodiados no pátio municipal anexo ao aterro sanitário de Primavera do Leste (231 km de Cuiabá).
As investigações, iniciadas no ano passado, revelaram que um servidor público municipal, responsável pelo pátio, teria facilitado o furto reiterado de bens sob sua guarda. Inicialmente, o esquema envolvia a subtração de peças automotivas, como rodas, lanternas e motores. Posteriormente, foi constatada a subtração de veículos inteiros, como uma Toyota Hilux.
De acordo com os elementos coletados, os veículos eram retirados do pátio com o auxílio de caminhões-guincho, que ingressavam vazios no local e saíam carregados, sendo escoltados por um veículo conduzido pelo servidor público. Imagens aéreas, monitoramento e outras diligências comprovaram a organização e recorrência dos atos.
Além dos veículos inteiros, foram confirmados furtos de peças de outros bens apreendidos, incluindo rodas de uma Toyota Hilux SW4 e partes de um Hyundai I30, gerando prejuízos significativos tanto às vítimas quanto à administração pública.
inicialmente apurava-se a prática de furtos qualificados, entretanto, ao descortinar a participação de um funcionário público a conduta, em tese, o crime cometido é o Peculato, previsto no art. 312 do Código Penal, que possui pena de 2 a 12 anos de prisão, além de multa.
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste destacou que a conduta do investigado compromete a integridade dos bens apreendidos, que estão vinculados a inquéritos policiais e ações penais em andamento. “Os bens custodiados representam evidências ou patrimônios protegidos judicialmente. A violação desses itens compromete a credibilidade do sistema de justiça e da administração pública”, afirmou o delegado responsável pela investigação.
Com base nas provas coletadas, a Polícia Civil representou pela decretação da prisão preventiva do servidor investigado e pela expedição de mandados de busca e apreensão em locais vinculados ao esquema, incluindo empresas de guincho que teriam realizado o transporte dos bens subtraídos.
NOME DA OPERAÇÃO
O nome da operação faz referência direta à prática de desmontagem de veículos, que caracteriza os furtos investigados. Além disso, o termo simboliza o desmantelamento do esquema criminoso que vinha sendo operado de forma articulada por indivíduos que se aproveitavam de sua posição para burlar o sistema e desviar bens públicos.
FOLHA MAX