Gás de cozinha em Mato Grosso é 19,62% mais caro que a média nacional. Pela 1ª vez, o botijão de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 13 kg alcança valor médio acima de R$ 100 no Brasil. Para os consumidores mato-grossenses, o insumo está sendo repassado por até R$ 135 nas localidades mais distantes da Capital. Nos últimos 12 meses, o GLP (13 kg) acumula alta de 28,25% no varejo estadual e de 40,25% no país. Entre outubro de 2020 e este mês, o botijão de gás saiu do patamar de R$ 93,68 para R$ 120,15 em Mato Grosso. No país, a mediana de preços saltou de R$ 71,61 para R$ 100,44, conforme levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No início de setembro, o preço do GLP (13 kg) atingiu a máxima de R$ 135 no varejo mato-grossense, recuando posteriormente e retornando ao patamar de R$ 135.
Diante de um cenário de elevação dos preços internacionais do petróleo e alta cambial, o Senado aprovou nesta terça-feira, 19, a criação do vale-gás. A proposta prevê que os inscritos em programas sociais do governo federal terão direito a um subsídio de, no mínimo, 50% do valor do botijão de gás de cozinha. Após ter sido aprovado na Câmara e no Senado, o vale-gás será submetido a uma nova votação entre os deputados, devido a mudanças realizadas na proposta.
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O GLP hoje ultrapassa a média de R$ 100, em alguns lugares chega a R$ 135, critica o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Classes das Revendas de Gás LP (Abragás), José Luiz Rocha. Quando o consumidor não tem dinheiro para comprar gás, acaba queimando lenha, observa.
Além do problema econômico, a escalada de preços do GLP pesa no sistema de saúde nacional, por que a queima de lenha causa problemas respiratórios devido à fumaça e fuligem, alerta Rocha. Para ele, é fundamental que o vale-gás seja aprovado e concedido à parcela mais carente da sociedade.
Na opinião do presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, o subsídio para a compra do gás de cozinha para as famílias de menor poder aquisitivo ajuda a resolver o problema no Brasil, onde é mais grave devido a diminuição de renda.
Existe uma onda (global) que não tem como conter. Não existe uma solução simples para a alta dos preços no mundo inteiro.
No Brasil, outro fator de pressão nos preços é a aproximação das eleições, no ano que vem. Conforme explica o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), Matheus Peçanha, em ano eleitoral o câmbio pode subir mais, pelo fator de risco.
Em Mato Grosso, o governo do Estado anunciou corte no imposto incidente sobre o GLP, mas somente para o gás de uso industrial. A medida prevista para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2022 não contempla o gás de cozinha (P13) de uso doméstico.