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domingo, 27, outubro, 2024

Produção de soja pode aumentar sem desmatar, mostram pesquisadores de MT

Produzir de forma sustentável é possível. É o que os pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) têm mostrado em um estudo realizado na Fazenda Santa Sofia, em Juara, onde o plantio de soja tem iniciado, levantando preocupações sobre o avanço das plantações sobre o bioma Amazônico.

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O estudo teve início há um ano e meio, financiado pelo programa REM Mato Grosso, e terá os primeiros resultados divulgados aos produtores da região em maio.

De acordo com o engenheiro agrônomo Wininton Mendes, pesquisador que lidera o projeto, o município foi escolhido por ser um dos arcos de desmatamento da Amazônia. O objetivo do projeto, explica ele, é estudar formas para se produzir mais, sem a necessidade de desmatar ainda mais o bioma, já que há uma preocupação mundial com as mudanças climáticas.

“Nossa intenção é aumentar a produtividade das propriedades rurais de forma sustentável, para que o produtor não sinta necessidade de desmatar mais. Acreditamos que se a gente aumentar a produtividade agrícola e pecuária do imóvel, ele terá ganho suficiente na área e não sentirá necessidade de abrir novas áreas”, explica Wininton, que é doutorado em Agricultura Tropical, durante entrevista ao Estadão Mato Grosso.

Winintonc conta que o projeto tem desenvolvido sistemas de integração e de intensificação da produção da atividade agrícola e pecuária. Os dados coletados são processados por um programa de modelagem computacional, que projeta o ganho ambiental, como retenção do carbono no solo, e os impactos negativos no caso de mau uso do solo.

O pesquisador destaca que as condições climáticas e o solo de Juara são bem diferentes das lavouras próximas à BR-163, nos municípios de Lucas do Rio Verde, Sinop, Sorriso, Nova mutum, dentre outros municípios produtores. Isso porque o volume de chuvas na região Noroeste do Mato Grosso chega a alcançar 500 milímetros a mais que na BR-163.

Portanto, o método utilizado em alguns municípios pode não ser o mais adequado para a região.

“As tecnologias precisam ser adaptadas, reajustadas, porque as cultivares que estão plantando lá não estão conseguindo suportar a alta umidade da região”, afirma o pesquisador, que tem buscado recursos para seguir e ampliar a pesquisa.

Recentemente, Wininton Mendes e o pesquisador Daniel Abreu, do Programa Agrisciences da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), estiveram nos Estados Unidos para prospectar recursos para ampliar e prosseguir com a pesquisa. Ele explica que a busca por recursos privados visa manter a autonomia para a Empaer continuar com os trabalhos.

O projeto foi apresentado ao World Bank Group e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além de buscar recursos, os pesquisadores também estreitaram o relacionamento com algumas universidades americanas, que são parceiras do projeto.

“Nossa missão nos Estados Unidos foi para estabelecer parcerias com universidades e estreitar as relações com as que são nossas parcerias, apresentar um pouco dos resultados que a gente já tem até o momento e aproveitamos a oportunidade para prospectar recursos para continuar mantendo esse projeto na região”, conclui.

A pesquisa é financiada pelo programa REM Mato Grosso e é realizada na fazenda Santa Sofia. Os idealizadores são a Empaer e UFMT, que contam com apoio do programa Rural Sustentável e das universidades de Minessota, Ohio e Miami.

ESTADÃO MATO GROSSO

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