A liberação do valor máximo de R$ 1.000 dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é motivo para abrir um sorriso no rosto de muitos trabalhadores, já que o saque abre caminho para a quitação de dívidas em atraso e aplicações em investimentos mais atrativos.
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A consulta dos valores disponibilizados pelo saque extraordinário já está acessível e o dinheiro será disponibilizado entre os dias 20 de abril e 15 de junho, de acordo com o mês de nascimento do trabalhador. A previsão é que as retiradas beneficiem 42 milhões de pessoas e injetem R$ 30 bilhões na economia.
Segundo Valter Police, planejador fiduciário da Fiduc, o trabalhador deve aproveitar a oportunidade para resgatar parte do valor que pertence a ele, mas que não pode ser movimentado. “Todas as janelas existentes para resgatar e assumir o controle desse dinheiro são positivas”, avalia ele.
Reinaldo Domingos, presidente da Dsop Educação Financeira, orienta os trabalhadores a terem cuidado para não utilizar a grana com gastos desnecessários. “Muitas pessoas usam rendas extras mesmo sem necessidade e em compras que não precisam sem considerar sua situação financeira atual, entrando numa bola de neve de inadimplência”, relata.
Quitar dívidas
Uma boa aposta para quem vai sacar o dinheiro do FGTS é optar pelo pagamento de dívidas atrasadas que, geralmente, cobram juros elevados. De acordo com os dados mais recentes do BC (Banco Central), a taxa de juros do cheque especial figura em 128,4% ao ano, enquanto a cobrança do rotativo do cartão de crédito é de 346,3% ao ano.
Para Police, a opção por não priorizar o pagamento das contas em atraso só não deve ser a escolha de quem estiver em situação de insuficiência alimentar ou com risco iminente do corte de recursos básicos, como água e energia elétrica.
“Se eu tenho alguma dívida, eu devo pegar esse dinheiro para ajudar na quitação dessa dívida, afinal de contas, eu vou deixar de pagar juros e, possivelmente, até limpar meu nome. Essa deve ser a prioridade, a não ser que a pessoa esteja em uma situação na qual não consiga comprar o básico de alimentação”, orienta.
O planejador fiduciário da Fiduc afirma ainda que é importante escolher os débitos em atraso que cobram as maiores taxas de juros, justamente como o cartão de crédito e o cheque especial.
Investimentos
Atualmente, as contas do FGTS rendem cerca de 3% ao ano + TR (Taxa Referencial). O percentual é significativamente inferior em relação aos recursos aplicados na poupança (+7,4%), no Tesouro Selic (+11,75%) e em títulos do CDB (+11,38%), que valem a pena para quem ainda não tiver um destino certo para a grana.
Com os retornos, o valor de R$ 1.000, que aumenta apenas pouco mais de R$ 30 no período de um ano ao ficar parado no fundo, pode ser ampliado para uma rentabilidade de quase R$ 120 no Tesouro Direto ou em títulos de renda fixa. Se a escolha for a caderneta de poupança, o ganho será de R$ 74 no período de 12 meses.
Ainda que a rentabilidade seja mais acentuada ao investir os recursos, Police ressalta que o ponto principal da escolha é a realocação do dinheiro em um ativo de maior liquidez. “Se você investe em algo com o mesmo retorno que o do FGTS mas que pode ser regatado a qualquer momento, já existe uma imensa vantagem”, aponta.
Domingos, por sua vez, defende o argumento de que a escolha do destino do resgate seja adequada à necessidade do trabalhador. “A modalidade escolhida precisa corresponder ao prazo em que se deseja realizar o sonho, tendo em vista a possibilidade de resgatá-lo no momento desejado sem perder rendimentos”, afirma ele.
Consulta e saque
A consulta a respeito dos valores liberados poderá ser feita pelo aplicativo do FGTS, disponível para celulares equipados com os sistemas Android e iOS, e no site da Caixa Econômica Federal.
Assim como em 2020, o valor será liberado no aplicativo Caixa Tem e poderá ser transferido para uma conta-corrente ou para a realização de compras pelo próprio app.
Os trabalhadores que anteciparam o saque aniversário e ficaram com o valor bloqueado na conta não poderão retirá-lo, porque as novas a retiradas só podem ser feitas para contas com recursos liberados.
Confira as datas de liberação do benefício
Nascidos em janeiro – 20 de abril
Nascidos em fevereiro – 30 de abril
Nascidos em março – 4 de maio
Nascidos em abril – 11 de maio
Nascidos em maio – 14 de maio
Nascidos em junho – 18 de maio
Nascidos em julho – 21 de maio
Nascidos em agosto – 25 de maio
Nascidos em setembro – 28 de maio
Nascidos em outubro – 1º de junho
Nascidos em novembro – 8 de junho
Nascidos em dezembro – 15 de junho