Sinop vive um momento crítico com a paralisação de profissionais da saúde do Hospital Santo Antônio, marcada para esta segunda-feira (22), às 19h, em frente à unidade hospitalar.
A medida foi convocada pelo Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Mato Grosso (SINPEN), após o esgotamento do prazo de 72 horas dado à administração do hospital para regularizar salários e benefícios atrasados. Os serviços da unidade já estão sendo impactados, com diversas suspensões anunciadas pelos trabalhadores.
De acordo com o SINPEN, os atrasos incluem salários de dezembro de 2024, a segunda parcela do 13º salário, benefícios como cestas básicas e férias vencidas, além do recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Uma notificação extrajudicial enviada no dia 16 de janeiro exigia solução imediata, mas o prazo expirou na última sexta-feira (19) sem avanços concretos.
O presidente do sindicato, Arlindo César Ferreira, criticou a postura da administração. “Demos tempo suficiente para que o hospital apresentasse uma solução. A paralisação é um grito de socorro dos trabalhadores que não podem mais suportar esse desrespeito. Eles estão sendo tratados de forma desumana”, declarou.
A situação reflete um histórico problemático. Segundo o advogado do SINPEN, Dr. Lindolfo Macedo, o Hospital Santo Antônio lidera o ranking de ações trabalhistas no estado. “É inadmissível que, em um momento de crise como esse, a Justiça do Trabalho em Sinop continue adotando posturas que favorecem a administração e ignoram os direitos básicos dos trabalhadores”, pontuou o advogado.
Crise financeira e falta de transparência
Além dos atrasos nos pagamentos, documentos obtidos pela reportagem mostram contradições na conduta da administração do hospital. Apesar de terem prometido resolver as pendências até 15 de janeiro, o pedido oficial para bloqueio de valores só foi protocolado no dia 16. A falta de clareza agrava a situação de desconfiança entre colaboradores e a gestão.
Enfermeiros e outros profissionais relatam dificuldades financeiras severas. “Estamos acumulando contas, sem dinheiro para comida ou transporte. É um cenário insustentável”, desabafou uma enfermeira, que preferiu não se identificar.
O impacto na saúde pública
O Hospital Santo Antônio é referência em atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e atende também convênios como a Unimed. A crise, no entanto, expõe a fragilidade da gestão e coloca em risco a assistência à população.
A paralisação busca chamar a atenção da sociedade para a gravidade da situação e pressionar por soluções. O espaço segue aberto para manifestação da administração do hospital.
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