As recentes sanções tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos contra China, União Europeia e outros países têm gerado um impacto positivo na economia de Mato Grosso, impulsionando o crescimento de “agrocidades” como Sorriso e Sinop. A expectativa é de que essas regiões, impulsionadas pelo agronegócio, permaneçam protegidas da “guerra de tarifas”, com diversos setores da economia em alta, incluindo o mercado imobiliário de alto padrão.
A análise é do economista Vivaldo Lopes, que prevê que a economia mato-grossense, focada no agronegócio de exportação, será beneficiada pelas medidas do presidente americano Donald Trump. “As taxações de Trump sobre China e Europa terão reciprocidade. A China, por exemplo, já reagiu taxando vários produtos dos EUA, e o Brasil será um dos países para onde esse mercado consumidor migrará”, explica Lopes.
Segundo o economista, municípios como Sorriso, Sinop e Primavera do Leste serão os mais favorecidos pela “guerra de tarifas”. Juntos, esses municípios somam um valor de produção superior a R$ 14 bilhões, liderando o ranking do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
“Este ano será positivo para essas regiões. A safra 2024/25, estimada em 49,7 milhões de toneladas de soja, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT), é a maior já registrada. Os preços das commodities estão estáveis, o que aumentará a rentabilidade. Com isso, essas cidades terão mais dinheiro para comprar e consumir”, afirma Vivaldo Lopes.
O economista destaca que o dinamismo de cidades com alto PIB demonstra uma mudança no mercado, que agora busca não apenas o consumo, mas também a melhoria da qualidade de vida e novos investimentos. “Comprar um carro mais novo, investir em maquinários mais modernos, em imóveis de alto padrão e produtos de luxo” são exemplos desse movimento.
Um dos principais fatores que favorecem esse mercado é sua menor exposição às oscilações macroeconômicas, como variações nas taxas de juros. A produção de alimentos para mercados de alta demanda, como os países asiáticos, tende a se manter estável a médio e longo prazo.
Diante desse cenário, o analista vislumbra um futuro promissor para os próximos anos. “Mesmo com possíveis riscos na conjuntura internacional, o cenário de 2025 e 2026 é positivo para essas cidades ligadas à economia agropecuária”, conclui Vivaldo Lopes.
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