Jean Francisco foi xingado por motorista que passava em frente ao estabelecimento dele e se revoltou ao ver local em funcionamento. Ele não aderiu ao movimento de paralisação dos comerciantes apoiadores de Bolsonaro.
FIQUE ATUALIZADO COM NOTÍCIAS EM TEMPO REAL: GRUPO 7 | PLANTÃO NORTÃO MT | INSTAGRAM DO NORTÃO MT
Um empresário chamou a polícia ao ser xingado por não aderir ao movimento de fechamento dos comércios que acontece em algumas cidades de Mato Grosso, nesta semana, e abrir o restaurante dele, em Sorriso, na noite dessa terça-feira. O suspeito passava de carro e, ao ver que o estabelecimento estava funcionando, parou e começou com as agressões verbais. O homem foi identificado, mas não foi localizado, segundo a Polícia Militar.
A paralisação é feita por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que são contrários ao resultado das urnas que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente do Brasil, na disputa em segundo turno.
Um vídeo mostra o motorista gritando e xingando Jean Francisco, que é dono e chef do restaurante. – Você é um rato, vagabundo. Eu estou falando para vocês que vocês não prestam porque vocês vão lá ‘com nós’, fazer o que nós fizemos, em Brasília”, dizia, ao ser interferido pela vítima e por uma mulher.
A Polícia Militar foi até o local, mas quando chegou o homem já tinha ido embora. Os policiais então foram até a casa do suspeito, com base nas características do carro dele, mas não o localizaram.
Jean Francisco postou um vídeo nas redes sociais do restaurante contando o que houve. – Infelizmente fomos agredidos verbalmente, fomos intimidados por um senhor que devia estar armado. A gente ficou bastante assustado, assustaram nossos clientes, que estavam na nossa casa (…) Só queremos ser respeitados enquanto estamos trabalhando – disse.
O restaurante já havia divulgado um comunicado, nessa terça-feira, informando que iria funcionar durante a paralisação e citou, entre outros argumentos, que trabalha com produtos perecíveis e que cada dia é importante para conseguir manter o estabelecimento aberto. – A margem de lucro em alimentação é relativamente baixa com todos os custos reais, o que faz cada dia ser importantíssimo no final das contas –. Outro motivo são os prejuízos causados por causa do fechamento durante a pandemia.
Fechamento dos comércios
Em Sorriso, a previsão é que os comércios que fazem parte do movimento fiquem de portas fechadas até sábado (26). Somente os serviços essenciais serão mantidos em funcionamento na cidade, de acordo com reunião realisada com ls comerciantes do município.
E, em Sinop, também no norte do estado, a CDL informou que em uma reunião realizada na segunda-feira, com a participação de mais de 200 comerciantes, ficou definida entre os comerciantes, a paralisação dessa terça-feira até o próximo domingo.
A princípio, a decisão foi tomada em apoio às manifestações nas rodovias federais, mas os atos foram encerrados por uma operação policial na manhã de ontem, em uma força-tarefa das polícias do estado junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em Mato Grosso, havia 19 trechos interditados.
Em um comunicado, a CDL disse que os empresários aderiram ao movimento de forma espontânea e que receberam algumas orientações. – A diretoria orientou aos empresários, que irão aderir ao movimento de forma espontânea, que observem o limite individual de cada estabelecimento, zelando pela segurança, primeiramente do estabelecimento, seus funcionários e que promovam protestos pacíficos -, afirmou.
Outros atos de violência e vandalismo foram registrados na região norte nos últimos dias, durante as manifestações nas rodovias. Foram feitas 17 prisões, segundo a PRF. Entre os presos estão o produtor rural Olair Correia, de 41 anos, e Danilo Sousa, de 17 anos, na segunda-feira, depois de serem flagrados ateando fogo em uma carreta, na zona urbana de Sinop. Eles passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ainda foi determinada a quebra de sigilo telefônico deles. Outros dois veículos de carga foram queimados no mesmo dia.
NORTÃO MT
